
TodaVia TodaVida ...
Se eu fosse eu qual seria meu nome? Quantos anos teria? Onde moraria? O que estudaria? Teria as mesmas amigas? Seria dessa família? Construiria minha história dessa maneira? Gostaria das mesmas coisas? Iria para os mesmo lugares? Ouviria as mesmas musicas? Leria os mesmos livros? Se eu fosse eu eu seria quem eu sou, quem eu acho que sou ou quem as pessoas veem? Se eu fosse eu o que eu faria? Como eu me comportaria? Para onde iria? O que pensaria? Se eu fosse eu, quem eu seria?
Prender, verbo transitivo. Prender-se a algo ou a alguém. O que ti prende? O que me prende? Eu estou presa aos meus erros, aos acertos, ao medo, as histórias, ao passado, ao presente, estou presa a família, aos amigos, aos amores, a sensação de liberdade, ao desejo de querer respeito, aos sonhos, a Deus, a vontade de viver... Eu estou presa aos pensamentos, ao que aprendi, ao que vou aprender, ao que nunca aprenderei, aos preconceitos, as modernidades, as idéias, aos ideais, ao paladar, tato, olfato, audição, visão... Estou presa ao que leio, a vontade, ao dinheiro, ao tempo, aos sentimentos, aos objetivos, a casa, a Recife, a Pernambuco, ao Brasil, a lingua portuguesa, ao Planeta Terra, aos caminhos para crescer na vida, ao fato que um dia serei adulta, a Nassau, a Naza, a IPE, a Escola do Recife, ao Pingo de Gente, ao Trenzinho, ao Nosso Paraíso... Estou presa as cartas, as fotos, aos vídeos, aos cursos, a ter pra onde voltar, ter a quem recorrer, ter um porto-seguro, a sensação de segurança, ao ontem, ao hoje e ao amanhã... Estou presa em ambos os sentidos da palavra, estou presa e aprisionada, estou presa pertencendo, mas, principalmente, estou presa e tenho pressa...
Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre vão embora. Talvez essa seja a pior coisa do mundo. Ele vai embora, sempre, quando eu preciso de quinze minutos de silêncio complementar à minha entrega, odeio o desespero dele por banhos e a sua ansiedade curiosa pelo que vem depois. Que se dane o depois, eu sou agora, ou pelo menos era. Ele vai embora, sempre, quando o parágrafo passa de três linhas, o pensamento dele ultrapassa meus olhos, o som se perde da minha boca para qualquer outro canto do mundo que não tenha seus ouvidos e ele olha fixamente para qualquer outra coisa que não seja a minha existência. Sempre a mesma cara de tédio e de busca pelo resto que não se repete ou não se prolonga. Ele sempre vai embora quando eu queria que ele se perdesse um pouco, rasgasse a agenda, lançasse o celular no rio, desligasse todos os toques, luzes e sinais de que há todo o resto. Esquecesse do sono, do livro, da planta, das lembranças. Ele sempre vai embora do meu mundo quando eu só queria que ele descansasse um pouco de ser ele o tempo todo, mas ele tem muito medo de não ser ele, talvez porque ele não saiba o que ele é. Ele sempre vai embora pra descobrir quem ele é, ou para lembrar que ele é o mesmo de sempre que não sabe quem é, ele sempre vai embora antes da gente ser alguma coisa juntos. Vivo com essa sensação de abandono, de falta, de pouco, de metade. Mas nada disso é novidade. Antes dele, teve o outro, o outro que continua indo embora para sempre porque nunca foi embora pra sempre. Eu não sei deixar ninguém partir, eu não sei escolher, excluir, deletar. São as pessoas que resolvem me deixar, melhor assim, adoro não ser responsável por absolutamente nada, odeio o peso que uma despedida eterna causa em mim. Nada é eterno, não quero brincar de Deus. O outro foi embora a primeira vez porque estava bêbado demais, foi embora a segunda porque ficou tarde, foi embora a terceira porque teve medo de ficar pra sempre, foi embora durante alguns longos anos porque todo o resto do mundo precisava dele e eu era apenas uma das demandas. Ele me chamou de demanda a última vez que foi embora pra sempre, mas pra sempre pode durar duas horas, dois anos ou duas encarnações. A gente sempre se despede lembrando da música do Chico que diz “o amor não tem pressa, ele sabe esperar em silêncio”. Antes dele teve ainda um outro que sempre ia embora na espera de que existisse algo melhor do que eu, mas não ia definitivamente porque não é todo dia que aparece alguém melhor do que eu. Um dia apareceu, ela até que é bonita e tal, não parece tão confusa e intensa e talvez mediocridade seja tudo de que uma pessoa precise para ser feliz. Mas a última vez que ele foi embora, antes me deu um abraço de quem nunca saiu do mesmo lugar. O abraço e o seu olhar de quem nunca sabe direito porque vai embora ficaram pra sempre comigo. Hoje meu novo amigo foi embora, não pra sempre, mas um segundo pode ser pra sempre se pensarmos grandiosamente, e ele me dá vontade de pensar grandiosamente. Fazia tempo que alguém não ficava tão calado enquanto eu apenas existo, fazia tempo que alguém não ficava tão perdido só porque me encontrou, fazia tempo que eu não me olhava no espelho e sorria, sabendo que sim, sim, sim, sou bonita ora bolas! Sou interessante! Da onde eu tinha tirado o contrário nos últimos meses? Todo mundo chega na sua vida. Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre chegam. Talvez essa seja a melhor coisa do mundo.

A Coroa - Raiz Coral
A coroa que ele usou não era de ouro
Apesar de o coroarem como rei
Não era de rubi ou diamantes
Mas era feita só de espinhos vis
Por que tratar um rei desta maneira
E por que fazê-lo usar coroa tal?
Ele nunca foi forçado a usá-la
Mas por amor deixou seu lar real
A coroa que Jesus usou na cruz
Fora feita para mim
Ele a Trocou pela minha salvação
E jamais terá de usá-la outra vez
O inimigo não desiste facilmente
Ele quer fazê-lo usar coroa tal
Mas tenha isto sempre em sua mente
No calvário o bem venceu o mal

"Estudos, trabalho, rotina...Tudo isso cansa e se torna inútil se você não tem 'aquela' pessoa pra compartilhar tudo, pra estar com você e pra te aceitar tanto quanto você se aceita...Não sei, talvez eu esteja dizendo isso porque ultimamente tenho estado muito cansado e preciso muito de um carinho sincero no final do dia, haha. Mas a vontade que dá, é de sair por aí e perguntar aleatoriamente: 'É você?' e torcer pra ouvir como resposta: 'Sim'."
Eu acho que saber o que a gente não quer já é um grande começo... e eu não quero ser a controladora de sempre. Se eu tivesse que me dar um conselho seria "Quer fazer o favor de se perder?" Mas eu não ia escutar... Ia tentar conduzir, e de novo, e de novo e de novo. Porque a obstinação faz com que apesar de se ter ouvidos não se possa ouvir.
Decepção? Segundo o dicio.com.br significa: "Engano; logro; desilusão; desapontamento.", enquanto fracasso significa: "Ação de fracassar; malogro, insucesso." Duas palavras que nos remetem a sentimentos negativos e que a vida contemporânea não nos prepara para enfrentá-los. Chegou a hora! Infância, seus pais fazem tudo para ti resguardar dessas palavras. Adolescência, eles ainda são capazes de ti proteger delas. Fase adulta, palavras que podem ti rondar pelo resto da vida. Parabéns, cheguei a fase adulta! Aprendi em uma só facada o que é auto-decepção e o sentimento de fracasso... O sentimento de tempo perdido, numa sociedade que ti ensinou a não perder tempo e procurar abraçar o mundo de uma vez só... Aquele medo que já tinha comentado com alguns de nada disso valer a pena se torna uma realidade palpável... Eu que sempre procurei ser o orgulho, me vejo nessa situação, estou com vergonha, uma vergonha imensurável, a vergonha é tão grande que andar chorando em pleno centro da cidade não significa nada... Não adianta os comentários de "não fica assim, não é por esse lado que deve ser visto", porque nesse exato momento é o único ângulo que consigo enxergar... Pior, um pânico louco me invade disso vir a acontecer novamente com dimensão bem mais catastrófica... Chega! Agora, eu vou procurar uma forma de me reinventar e aprender a conviver com essas duas palavrinhas!


Pode invadir ou chegar com delicadeza,