sábado, 3 de julho de 2010

Filactérios e Franjas...

Desde os tempos imemoriais, determinada casta de pessoas ávidas por serem vistas pelos homens, pulula nos meios das comunidades de tal forma que podemos encontrá-las em todo lugar. O desejo altaneiro dessas pessoas as tornava, como torna hodiernamente, em figuras riículas e detestáveis segundo o conceito de quem é normal e vive sem necessitar de exibir filactérios e franjas.
Estes ademanes caracterizavam os escribas e fariseus citados e criticados severamente por Jesus. Hoje em dia salta aos nossos olhos, os procedimentos de certas pessoas que parece desconhecerem peremptoriamente as palavras do Mestre dos Mestres, registradas por Mateus no capítulo sete, versículos vinte e um a vinte e três no final do Sermão do Monte: "Nem todo o que Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus" na parte "a" do versículo vinte e um e na parte "b" do versículo vinte e três: "Apartai-vos de mim os que praticais a iniquidade".
Os filactérios e as franjas da atualidade são encontrados por toda a parte, ornamentando a performance dos modernos escribas e fariseus que, parece não temer o peso da mão do Senhor. O Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é para ser vivido com humildade e a simplicidade que foram características do Galileu que não tinha "onde reclinar a cabeça". Lc 9.58b.
Por mais que Jesus tenha vivido e aconselhado uma vida sem ostentação, chegando até, após realizar muitas curas, advertiu que não o expusessem à publicidade Mt. 12.16, estamos vendo os poderes dele transformados em espetáculos monumentais de promoção pessoal dos seus organizadores.
Que o nome do Senhor seja louvado, exaltado e divulgado é imprescindível. Paulo ordenou que assim os fizéssemos "tudo, porém seja feito com decência e ordem" I Co. 14.40. Os exageros estão aumentando a cada dia e as igrejas que se dizem cristãs estão se deixando empolgar pela aluvião de pessoas de todas as idades, ávidas por milagres-shows, eventos, promessas de prosperidade e outros que tais, obliterando o verdadeiro sentido do Evangelho salvífico.
O grande número de falsos profetas e de energúmenos que se fazem passar por servos do Senhor usurpando títulos de autoridades eclesiásticas, tem servido de escândalos e vergonha para o cristianismo. Nem mesmo o cumprimento das profecias que apontam para o iminente Arrebatamento da igreja, o fim dos tempos e a proximidade da volta de Jesus, tem feito os praticantes de iniquidades colocarem um ponto final no uso dos seus filactérios e suas franjas.
Peçamos ao Senhor que mande ceifeiros honestos, simples e ungidos porque "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos" Mt. 9.37b.

(Filactérios e Franjas - Rev. Manoel Malta - Diário de Pernambuco)