terça-feira, 22 de julho de 2008

Revendo a vida...

As vezes, eu me deparo pensando... O dia do amigo passou, os dias têm passado, os meses voam, o ano já passou da metade, falta pouco tempo pra concluir o ensino médio, me formar e fazer a prova do vestibular, porém, poucas vezes no ano eu me senti tão viva, tão adolescente e apesar das saudades de todo mundo e da escola, eu tive tão pouca vontade de voltar a rotina normal... Não sei se é porque não consegui estudar tudo que previ ou porque curti um tempo em que ir um mês inteiro pro curso só faltando um dia não foi estressante... Eu sei que essa correria é só esse ano, mas, as vezes me pergunto se no final realmente vai valer a pena? Nunca me senti tão relapsa com o curso de inglês, tão engligente com a minha leitura, tão distante de amigos e da internet... Apesar de tudo e de saber que tenho um objetivo, eu tenho me sentido só... Tenho percebido que vou perder pro tempo muita gente importante pra mim, como já aconteceu antes e que apesar das promessas de se falar constantemente, vai chegar um tempo que até deixar scrap vai ser raro... E lá vem a insegurança... Nunca fui bem resolvida, nem fui de pensar no futuro... Meu olhar sempre teve uma queda pro passado, e isto fica nítido na minha dificuldade de autoperdão... Me ocorre o medo de não viver, de não aproveitar e que no fim tudo se transforme em personagem de lembranças e de fotos... A mudança sempre me deu medo e as radicais me deixam com pavor... E além de tudo, há o medo da decepção, as vezes, eu não me sinto boa o suficiente... Sou criança demais pra me tornar adulta... O tempo passa e eu vejo como tenho me feito esquecer, conhecer a baby depois de quinze dias me fez perceber que esse ano eu me anulei e como Luana disse, uma vez: "vestibulando não tem vida própria..." Apesar dessas férias terem sido mais junto de livro ou no computador, elas foram as melhores, porque pude me reaproximar de muita gente e colocar muito papo em dia, além de aumentar vínculos de amizade que nunca imaginei... Nesse mês eu me surpreendi e acho que surpreendi muita gente também... Ouvi muita coisa e falei mais ainda, escrevi e perdi a vocação para expressar pensamentos e fazer posts enormes, apesar de tanto tempo em casa, falei pouco na net, me resguardei, me voltei pro meu mundo de conto de fadas e esqueci que tenho o mundo pra vencer... Me emocionei e muito com pessoas que nunca pude imaginar, pensei em atos e tanta coisa que tem ocorrido, mas, só pra variar, não mudei... Continuei fazendo rir e rindo, mas, sozinha nem sempre eu me bastei pra estar feliz... Passei pela vida como num sonho e me dei o direito de acordar tarde e dormir mais tarde ainda, não projetei nada que cumpri integralmente e muito menos retomei projetos antigos, tentei me reciclar, mas, não me reciclei 100%, não me deixei entender por inteiro, nem fiz tanta força para entender, não dei conselhos espetaculares e passei algum tempo conversando sem falar nome para poder reconhecer a voz de quem da outra linha me chamava de amiga... Tive medo, muito medo da morte, do abandono, do medo, das pessoas, do esquecimento, de mim mesma e da minha consciência... As vezes, eu não me vi sendo eu e tive medo de não voltar a ser eu, me admirei quando aprendi coisas novas e me entristeci quando percebi que penso muito e não faço nada... Cheguei na metade do ano e não fiz amigos na isolada e continuo só conversando com rayssa ou pelo telefone durante o intervalo, me senti um fantasma, quando percebi que apesar do tempo naquelas turmas e com as mesmas pessoas, ninguém sabe o meu nome, e isso não exclui os professores... Pude me sentir completamente anti-social, baleia e ao mesmo tempo amiga e irresistível... Tive vontade de chingar meio mundo, mas, também fui a mais doce... Me entreguei completamente a Deus, mas, também me deixei levar pelas dúvidas... Regredi e brinquei um bocado, mas, nem sempre agi como criança... Vi muita tv e poucos vizinhos me viram fora de casa, mas recebi muito carinho e pude me fazer invisível até entre familiares... Sonhei um bocado, sonhos loucos e sonhos possíveis, com pessoas que não conheço e com gente conhecida... Pratiquei loucuras e fui corajosa, comecei surpresas sem imaginar o que realmente faria, convivi com pouca gente, não li nenhum livro (até hoje), tive vontade de desistir de tudo e imaginei minha vida daqui a 15 anos... E pra quem não tava escrevendo, nem fazendo posts gigantes no fotolog, só esse post compensou, ainda tenho muita coisa pra escrever, mas, é melhor terminar por aqui... Então como eu me coloquei, forçadamente, na conclusão... Esse texto não é nem um pouco filosófico, mas, assim como as minhas férias, ele me fez compensar um pouquinho este ano, praticamente anulado...